domingo, 25 de janeiro de 2015

" Apagão Da Economia "

Iotti: como tu vai pedir economia se tu aumenta teu próprio salário!? Iotti/Agencia RBS
Artigos / Entrevistas
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Já era esperado que 2015 seria um ano difícil. Diante dos acontecimentos, entretanto, até os mais otimistas estão ficando pessimistas tanto em nível nacional, com o “pacote” de aumento de impostos e o “apagão” no sistema de energia, quanto no plano estadual, que confirma um rombo previsível de bilhões nas contas de 2015.



O fato é que houve um “apagão” na segunda-feira passada em 11 Estados e no Distrito Federal, com explicações contraditórias: desligamento preventivo ou falha técnica? Além do risco de novas ocorrências, já que o sistema elétrico está no seu limite, ocorrerão aumentos na conta de luz e haverá medidas de racionamento devido ao baixo nível dos reservatórios, notadamente na Região Sudeste, principal centro consumidor, com reflexos negativos inclusive na necessária retomada do crescimento.

Diante da urgência da busca do equilíbrio nas contas públicas federais, em vez de promover cortes de gastos e enxugamento da máquina pública, a decisão simplista foi colocar, mais uma vez, o problema nas costas dos contribuintes brasileiros.

O “pacote” impacta diretamente o bolso do cidadão, com crédito mais caro, aumento no combustível e, por consequência, maiores custos para todos, inclusive por conta da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, sem a correção integral. São ações que aumentam o freio sobre uma economia já fragilizada e sem perspectiva de crescimento em 2015.

Quanto ao governo Sartori, está claro que são necessárias medidas impopulares. Mas a sensação é de que os gaúchos, mesmo em meio a um inquestionável cenário de crise, têm sérias e já históricas dificuldades de se unirem, colocando os interesses coletivos acima dos individuais ou de minorias. O recente exemplo do aumento de salários no topo do funcionalismo bem ilustra esse fato.

Iniciando o ano com ou sem pessimismo, o certo é que com a leniência do governo em suas contas nos últimos anos, somente arrumar a casa não será suficiente. É preciso reformá- la. Não há outra saída.



*VICE-PRESIDENTE DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS DA RANDON S.A IMPLEMENTOS E PARTICIPAÇÕES E PRESIDENTE DA FRAS-LE
 
Por Zero Hora - RS - Daniel R. Randon **

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