quinta-feira, 13 de novembro de 2014

" A violência contabilizada "

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Artigo Zero Hora 


" os números assustadores da insegurança e da criminalidade no Brasil constrangem os governos e as instituições " ...


( Nota da Blogueira ) não senti,em nenhum programa de Segurança Pública,constrangimento ,nem sentimento de insatisfação dos Governos Estaduais,Municipais,bem como o Federal ***com o status quo... * porque na realidade,os delinquentes,não matam,nem ferem ," eles " mas sim ,o cidadão comum...



A oitava edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública apresenta o retrato da pior face do Brasil, que finalmente precisa ser enfrentada como realidade, e não como estatística. Os números de 2013 reafirmam que a sensação de insegurança, de desrespeito às leis, de impunidade e de desordem pública é expressa pela total degradação da convivência pacífica e das instituições. Não há como aceitar como normal que mais de 50 mil pessoas tenham sido assassinadas no ano passado. Que a violência contra a mulher continue crescendo e destruindo famílias. Que jovens sejam eliminados na guerra do tráfico e que, enquanto a criminalidade aumenta, os órgãos governamentais e as políticas públicas continuem sendo orientados por práticas e leis defasadas em relação a um cenário aterrador.

No confronto dos números de cada Estado, algumas regiões podem buscar o consolo de uma colocação mais honrosa no ranking nacional. Por exemplo, o Rio Grande do Sul, considerando-se a taxa de homicídios, é o quarto Estado menos violento do Brasil; e Santa Catarina fica em segundo lugar, atrás apenas de São Paulo. Mesmo assim, não há conforto em dados que, comparados aos de nações com níveis econômicos e sociais semelhantes, constrangem qualquer Estado brasileiro.

Os indicadores nacionais são vergonhosos em todos os itens considerados, com o agravante de que, em muitos casos, as comparações são prejudicadas por subnotificações, como observa o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Por isso, é provável que bem mais do que 137 mulheres sejam violentadas por dia no país, segundo o Anuário, porque a estrutura de apoio às vítimas é deficiente ou porque as agredidas preferem, muitas vezes, não formalizar denúncias. No conjunto, o que o Anuário expõe é a decadência institucional da área de segurança e de deficiências graves nas estruturas da Justiça.


Falhas graves na prevenção são combinadas com deficiências sempre ampliadas na identificação e punição de criminosos. É enfatizado, pelos envolvidos na interpretação dos dados, que também a Justiça, sempre sob o argumento de que cumpre leis, fica a desejar quanto ao rigor penal; que o sistema penitenciário mais aperfeiçoa do que recupera delinquentes e que o Estado há muito deixou de proteger os cidadãos. É preciso que se abandone a resignação que acometeu governos, legislativos e instituições e o país se empenhe na adoção de medidas concretas que recuperem uma noção mínima de ordem, de segurança e de Justiça.


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