Porto-alegrismo
Toda vez que consigo escapar do regime semiaberto da insegurança urbana, gosto de ir a Florianópolis. Tenho parentes e amigos lá, adoro as praias, o centro histórico, o visual da ponte Hercílio Luz, o perfume açoriano de Santo Antônio de Lisboa, o falar cantado dos manezinhos. Tudo é encantador na bela capital catarinense. Os gaúchos, se pudessem, trariam Florianópolis para este lado do Mampituba. Mas não a trocaríamos por Porto Alegre, de jeito nenhum.
Dona Dilma brincou certo com palavras erradas ao dizer que “a maior tristeza do Rio Grande do Sul é que Porto Alegre não é Florianópolis”.
Ela queria fazer um agrado aos
florianopolitanos, mas acabou pisando no pala dos gaudérios mais sensíveis.
Talvez fosse mais adequado dizer que “a maior alegria da gauchada é poder ir a
Florianópolis de vez em quando”. Mas disse e está dito, não me senti ofendido e
nem creio que devamos fazer uma revolução por tão pouco. Quando fizemos, é bom
lembrar, chegamos a pensar em tomar conta da Ilha do Desterro, mas a turma de
Garibaldi – como acontece agora com quem vai pela BR-101 – não conseguiu passar
de Laguna.
Voltemos a Porto Alegre, portanto. Dona Dilma, que tem filha e neto gaúchos, que já viveu neste chão e que talvez retorne para cá quando cansar de Brasília, sabe muito bem que nós, nativos e adotivos, devotamos um amor incondicional a nossa cidade. O porto-alegretense Mario Quintana foi magistral na interpretação deste sentimento: “Ó céus de Porto Alegre, como farei para levar-vos para o Céu?”.
É o que gostaríamos todos de fazer. Vale aquele manjado jogo de palavras: a gente até pode sair de Porto Alegre, mas Porto Alegre não sai de dentro da gente. Não é só o pôr do sol do Guaíba, nem apenas essa primavera que floresce a partir da Feira do Livro, nem mesmo o mate domingueiro da Redenção.
O que nos amarra a esta cidade é uma paixão atávica, gravada no nosso código genético. Uma coisa contagiante. Mesmo quem não nasceu aqui acaba pegando esse porto-alegrismo.
Voltemos a Porto Alegre, portanto. Dona Dilma, que tem filha e neto gaúchos, que já viveu neste chão e que talvez retorne para cá quando cansar de Brasília, sabe muito bem que nós, nativos e adotivos, devotamos um amor incondicional a nossa cidade. O porto-alegretense Mario Quintana foi magistral na interpretação deste sentimento: “Ó céus de Porto Alegre, como farei para levar-vos para o Céu?”.
É o que gostaríamos todos de fazer. Vale aquele manjado jogo de palavras: a gente até pode sair de Porto Alegre, mas Porto Alegre não sai de dentro da gente. Não é só o pôr do sol do Guaíba, nem apenas essa primavera que floresce a partir da Feira do Livro, nem mesmo o mate domingueiro da Redenção.
O que nos amarra a esta cidade é uma paixão atávica, gravada no nosso código genético. Uma coisa contagiante. Mesmo quem não nasceu aqui acaba pegando esse porto-alegrismo.
Veja-se a mineira Dilma. É só
ter uma folguinha nos seus afazeres presidenciais e já desembarca por aqui. E
não esquece da Leal e Valerosa nem na hora de fazer gracinha. Tudo bem, não
vamos nos importar. Nem ficaremos tristes. Até porque a presidente disse a
verdade: Porto Alegre não é mesmo Florianópolis. Nem deseja ser.
Porto Alegre - Capital do Rio Grande do Sul |
Por que quereríamos trocar o céu pelo mar se podemos ter os dois?
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