Artigos Zero Hora
Os mais recentes atos de racismo contra a atriz Taís Araújo e o jogador de futebol Michel Bastos são apenas a parte mais visível de um fenômeno que se alastra pelo país e ganha maior repercussão quando as vítimas são celebridades.
Repete-se com os dois o que já havia ocorrido com a jornalista Maria Júlia Coutinho, a moça do tempo do Jornal Nacional. Todos ascenderam socialmente e passaram a atrair a ira de quem se constrange com a presença de negros em postos de destaque.
É uma doença a ser observada não como distorção cultural, mas como atos ética e criminalmente condenáveis, que sempre existiram no Brasil e foram agora potencializados pelo anonimato da internet.
Os casos dos famosos envolvem pessoas em melhores condições de se defender dos ataques, o que de forma alguma os justifica.
O que mais preocupa, no entanto, é a agressividade cotidiana de racistas e preconceituosos em geral, não só contra negros brasileiros, mas também haitianos, senegaleses e outros grupos de imigrantes anônimos. Nesse ambiente, é equivocado o entendimento de que tais manifestações desrespeitam diferenças.
Negros e pardos são a grande maioria da população brasileira. Integram contingentes que devem ser respeitados na sua condição étnica e cultural, não por diferenças, mas, ao contrário, por serem a própria expressão da identidade nacional.
Diferentes, porque totalmente fora do contexto da civilidade, são os que os atacam. O racismo é crime e como tal deve ser tratado. Ao mesmo tempo, o país precisa reforçar modelos de convivência e respeito na família e na escola.
O medo, a deseducação e a impunidade produzem mais intolerância e racismo.
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