sábado, 31 de maio de 2014

" Legados da Copa -brasil 2014 "

                                                 por Tânia Rohde Maia
 
A Copa do Mundo irá reunir milhares de pessoas de todo o mundo em um mesmo lugar. Brasileiros e estrangeiros irão circular por aeroportos, trens, rodoviárias e estádios, aumentando o risco de contágio de doenças que têm maior taxa de transmissão por proximidade humana, como a gripe sazonal e o sarampo, mas também as dependentes de vetor-mosquito, como dengue e febre amarela
 
A Sociedade Latino-Americana de Medicina de Viagem divulgou o guia The 2014 FIFA World Cup: Communicable disease risks and advice for visitors to Brazil (Copa do Mundo FIFA 2014: Riscos de doenças transmissíveis e conselhos para os visitantes ao Brasil),
 
enumerando doenças contagiosas prevalentes no Brasil e ressaltando o risco da importação de outras. Recomenda medidas de cuidados pessoais como uso de repelente aos viajantes para zonas de doenças transmitidas por mosquitos como febre amarela e dengue. Outras recomendações importantes são quanto às doenças de origem alimentar ou do consumo de água, como hepatite A, febre tifoide, giardíase e diarréia do viajante. As doenças sexualmente transmissíveis (DST) também são mencionadas, e defende-se o uso de preservativos.
 
A revista The Lancet Infectious Diseases aborda especificamente a dengue e refere que, no período de realização da Copa do Mundo no Brasil, o risco geral de uma epidemia é baixo em Brasília, Cuiabá, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo, mas aumenta no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Manaus.
 
As cidades com o maior risco são Natal, Fortaleza e Recife, em função da sazonalidade das chuvas na região.
 
A gripe é a doença prevenível mais comum em viajantes, mas poucos têm o cuidado de se vacinar contra influenza. No Brasil, a temporada de gripe ocorre de abril a agosto, justificando as campanhas de imunização realizadas. Quanto à entrada de agentes no território nacional, o sarampo deve ser considerado. Em 2000, conseguiu-se interromper a circulação do vírus no país e, desde então, os casos esporádicos da doença são relacionados à importação de outros países. Os viajantes para o Brasil durante a Copa do Mundo devem ser vacinados contra sarampo, caxumba e rubéola, com o objetivo de impedir a introdução do vírus no país, ainda mais considerando os surtos atuais nos EUA (Califórnia, Nova York e Washington) e Canadá (British Columbia e Ontário), países de origem de um significativo número de viajantes para o Brasil. O surto com vírus Chikungunya no Caribe no final de 2013 representa outra ameaça.
 
 
A melhor opção é a prevenção. O governo brasileiro não exige vacinas na chegada ao país. No entanto, como sugestão, os viajantes devem estar com seu calendário atualizado, incluindo vacinas contra influenza, sarampo, caxumba, rubéola, tétano, difteria, coqueluche, hepatite A e hepatite B (se possível meningococo). Recomenda-se vacina contra febre amarela aos visitantes a Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá e Manaus. Como as vacinas geralmente demoram 15 dias para fazer efeito, ainda dá tempo. Para evitar dengue, recomenda-se uso de repelente e roupas de proteção.
 
Medidas simples, como lavar as mãos ou uso do álcool gel e cobrir a face ao tossir, fazem muita diferença. Cuidem para não levar um intruso viral para casa. Esperemos legados positivos desta Copa.

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