quinta-feira, 25 de setembro de 2014

" Polegares, onde estão ? "

Artigo Zero Hora


FABIANA IGLESIAS
Diretora de Integração da Digital ZOO
Uma matéria do New York Times está repercutindo bastante. Fala sobre vários executivos e fundadores de empresas de tecnologia, como Steve Jobs, que restringiam severamente o tempo que seus filhos passavam com smartphones, tablets e computadores.

Há dois pontos de vista nessa questão. Chris Anderson, ex-Wired, rebate a acusação dos filhos de ser um “fascista” por ter testemunhado de perto o que os dispositivos que ele restringe causam às pessoas.
 
Não quer que o mesmo aconteça a seus filhos, que têm idades que vão de seis a 17 anos. Por outro lado, Dick Costolo, CEO do Twitter, diz que proibições rígidas podem gerar o efeito contrário e que, quando as crianças não estiverem mais sob o controle dos pais, elas se acabarão nas telas.

A principal dificuldade em diagnosticar e analisar essa relação é que a situação toda ainda é muito nova, o tablet moderno apareceu em 2010.
 
Vejo muitos pais que transformam tablets e smartphones em babás eletrônicas. A Samsung, por exemplo, incluiu um modo infantil no Galaxy S5: ative-o, e o pequeno só terá acesso a apps pré-selecionados pelo adulto, com relatórios de uso gerados automaticamente. Descontadas as proporções, é o mesmo que acontecia com a TV na década de 1990, quando surgiu a TV a cabo e sintonizávamos em um desenho matinal para dar uma acalmada na garotada.

Essa discussão ainda gerará mais polêmicas e, com o tempo, teremos mais respostas. A nova geração, que hoje brinca no iPad, aprende a pesquisar no YouTube antes mesmo de aprender a ler, terá um papel fundamental na formação do futuro.
 
Ficaremos cada vez mais tapados em telas brilhantes, ou a farta disponibilidade fará com que elas percam um pouco o encanto que exercem sobre as gerações atuais, reforçando as relações mais significativas, mais cara a cara?
O que realmente importa é a reflexão sobre a alfabetização digital. Eu acredito que restringir o uso da tecnologia às crianças, nos dias de hoje, seria o mesmo que, na minha infância, não terem me possibilitado acesso a lápis, papel e caneta.140924princQUA_web


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