segunda-feira, 22 de setembro de 2014

_ DEMOCRACIA <" Ilusão ou Mentira ? ">

Artigo Zero Hora


GUILHERME BACCHIN

Estudante

Trago uma reflexão, uma palavra sob o silêncio dela mesma. Sempre entendi a democracia como o método de governo mais justo e igual, tendo clara a distinção entre os dois _ até conhecer nossa democracia.
 
A ação democrática, aqui, tem início e fim em sua essência. Ela se inicia no voto e termina no voto.
Disse Saramago, em sua sabedoria: “Atualmente, somos seres impotentes diante de instituições democráticas das quais não conseguimos nem chegar perto”.
 
 A democracia brasileira precisa aprender a ser democracia. E ela não pode ser posta em xeque, pois não movemos nem os peões do tabuleiro _ assistimos à cruel miséria do jogo. Onde está o governo? Esquecido na mentira do próprio governo.

Há justiça? Sim, e ela é injusta. Há igualdade? Sim, e ela é desigual.
 
Nosso país deitará eternamente no berço esplêndido da discriminação ante o igual, no paradoxo de um preconceito contra si mesmo, e o fará perdido em leis que só existem para somarem-se ao vácuo da inação, e moldarem a feição da ilusão?

Vemos uma escuridão política, e o pior da escuridão é isso _ é poder vê-la. “Para nascer, nasci”, disse Neruda. Para morrer, morri, disse nossa democracia. E a nossa lágrima já tornou-se clichê. Saúde. Educação. Coloquem isso no desespero de nossa bandeira. Ecoem pelos quatro cantos de um tabuleiro que deve ser posto em xeque, ecoem pelo país que não é país, pela democracia que não é democracia.

Quantas crianças veremos findar nas sinaleiras do analfabetismo, quantos brasileiros veremos minguar no labirinto do SUS, quantos bilhões se perderão no cemitério do tributarismo, e prosperarão no bolso dos que governam? Perca-se a criança em sonhos, não em malabares, ardam peitos na eternidade de amores morridos, não em doença, vejamos o sol pôr-se no horizonte, não na alma ceifada pela insegurança pública, mas por favor, tirem esse lema de nossa bandeira.
Ele não é nosso. Nós não somos nossos, a democracia não é nossa,
o Brasil não é nosso. Libertem-nos de nossa liberdade, esqueçam o futuro de um país rejeitado pelo seu povo. Um povo de ninguém. Ignoramos nossa democracia. E ela ignora a nós.


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