sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

" Política Realista "!

EDITORIAL ZH


Editorial20
É notável o esforço do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para convencer investidores e analistas do mercado nacional e internacional de que a economia brasileira está retomando o rumo certo. Os dados mais recentes sobre o desempenho da atividade econômica indicam que esse empenho precisará ser direcionado também para o Congresso, particularmente para a base de apoio ao governo. 

Depende dos parlamentares a aprovação de medidas fundamentais para o país recuperar o equilíbrio fiscal, garantindo condições para a retomada da confiança dos agentes econômicos e, em consequência, do crescimento com inflação mais próxima da meta.

Razões não faltam para incertezas em relação ao futuro imediato da economia brasileira. Num único dia _ a última quarta-feira _, o ministro da Fazenda reconheceu em Nova York, diante de um público constituído basicamente por investidores, que a atividade produtiva pode ter encolhido em 2014. Simultaneamente, o mercado financeiro passou a trabalhar com a perspectiva de recessão econômica também para 2015.

 A reativação, portanto, ficaria apenas para 2016, ano que o responsável pela condução da política econômica prevê como “de crescimento, um outro ciclo”. Um aspecto positivo em meio à enxurrada de números negativos que se seguiu à eleição presidencial é o compromisso oficial de austeridade, mas sem a necessidade de medidas traumáticas.
É importante que a sinceridade do ministro sensibilize quem tem poder para alterar um cenário econômico tão negativo como o atual. Apesar do patrulhamento por parte do próprio governo e de setores mais radicais do PT, o titular da Fazenda pelo menos se mostra disposto a adotar uma política realista na administração das finanças públicas. Essa é a forma de deixar para trás o que o próprio ministro definiu, também nos Estados Unidos, como deslize fiscal significativo em 2014, deixando para trás a tal contabilidade criativa, que levou o Brasil à beira da recessão.
Agora que não tem mais como esconder a gravidade da situação de sua economia, o país precisa enfrentar o desafio de reativá-la, reforçando a estabilidade sem recorrer a mágicas. A visão realista do ministro da Fazenda é um pressuposto importante para essa conquista.


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