quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

é Brasil sil sil

QUARTA-FEIRA, 18 DE FEVEREIRO DE 2015

O ENREDO DO BRASIL REAL



ZERO HORA 18 de fevereiro de 2015 | N° 18077



EDITORIAL

É imprescindível que os brasileiros não se deixem contaminar pelo baixo-astral e que mantenham fiscalização constante e implacável sobre seus representantes políticos.

Depois de assistir, deslumbrado, a um show de criatividade com drones, paraquedistas, roupas incendiárias e muita tecnologia no sambódromo do Rio, a principal vitrine do Carnaval, o país tira a fantasia nesta quarta-feira para encarar o enredo da sua realidade: uma crise política crescente, um governo fragilizado diante da economia desarranjada e de um escândalo de corrupção sem fim, inflação à porta e insatisfação generalizada com os preços, as tarifas públicas e a degradação dos serviços básicos de responsabilidade do Estado. É um cenário preocupante e desafiador.
BRASIL CONTRA A CORRUPÇÃO
Diante desse vulcão de insatisfações sociais prestes a explodir, os olhos da nação voltam-se para seus desacreditados governantes e representantes políticos, que receberam seus mandatos e a confiança do povo exatamente para manter o país nos trilhos do desenvolvimento e da justiça social. Não estão conseguindo. Mas nunca é tarde para uma revisão de estratégias, para a correção de erros e para a adoção de políticas públicas austeras e saneadoras.

Nem tudo está atravessado nesse desfile de sofrências, é imperativo reconhecer. As principais instituições democráticas estão funcionando satisfatoriamente, como fica evidente no episódio da Petrobras: a Polícia Federal e o Ministério Público investigam com independência, o Judiciário chancela e a imprensa noticia com ampla liberdade, sem qualquer obstaculização por parte do governo, ainda que viva uma situação de desconforto. A democracia, somo se sabe, tem remédios para os seus próprios males. Há, portanto, razões para se ter esperança de que o país sairá mais íntegro deste momento de sobressaltos.
UM DIA, SERÃO MILHÕES DE FORMIGUINHAS!
Para isso, porém, é imprescindível que todos os brasileiros continuem acompanhando atentamente os desdobramentos da crise, que não se deixem contaminar pelo baixo-astral e que mantenham fiscalização constante e implacável sobre seus representantes políticos. Cada cidadão deve fazer a sua parte, tanto na hora do sacrifício quanto na hora das cobranças. O desafio é enorme, mas se tornará menor se todos pegarem juntos. Se temos criatividade e organização para promover todos os anos um espetáculo incomparável como o Carnaval, por que não teremos força, sabedoria e determinação para recolocar o país no caminho da prosperidade?

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