sábado, 27 de dezembro de 2014

" A POlítica Do Aparelhamento "

Editorial Zero Hora


" como o único propósito de satisfazer aliados partidários,a presidente vem entregando ministérios a políticos sem qualquer afinidade com as áreas que comandarão ..." *** mais uma vergonha nacionao ( N.B)

edi sabado
Na medida em que a presidente Dilma Rousseff confirma a formação do seu ministério para o segundo mandato, os brasileiros constatam que a política do aparelhamento da administração em troca de apoio político continua predominando nas escolhas. Foi uma ilusão imaginar que a indicação de técnicos capacitados para as pastas da Fazenda e do Planejamento, no fim de novembro, representava uma mudança de rumo no sentido da qualificação do primeiro escalão. Nada disso. Com o único propósito de satisfazer os aliados partidários que lhe dão sustentação no Congresso, a presidente vem promovendo intensas negociações com as siglas e entregando ministérios a políticos sem qualquer afinidade com as áreas que comandarão.
Não é muito diferente do que ocorre também no governo do Rio Grande do Sul, que está sendo formado na base dos arranjos políticos. Diante da grave crise econômica do Estado, o mínimo que se poderia esperar era um núcleo de gestores eficientes, com capacitação profissional e ideias inovadoras. Mas o governador José Ivo Sartori está entregando as secretarias a políticos indicados pelos partidos aliados, muitos deles sem qualquer experiência administrativa e outros sem sequer um currículo que justifique a escolha.
Infelizmente, o modelo político-eleitoral vigente no país acaba transformando os governantes em reféns das organizações partidárias que lhes dão sustentação. Nada impede, porém, que os recém-eleitos façam uso da legitimidade conquistada nas urnas para romper esta dependência e para imprimir mais objetividade e eficácia em suas administrações.
O que se tem visto até agora é muito decepcionante, talvez com a  exceção dos ministros escolhidos para a área econômica. Estes, entretanto, só poderão desempenhar a contento suas atribuições se não forem obstaculizados pelos interesses políticos que tendem a prevalecer quando os governantes se submetem à política nefasta de   partilha de cargos em troca de apoio.
O aparelhamento do Estado está na origem do inchaço da máquina pública, dos gastos excessivos e também da corrupção.

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