sexta-feira, 31 de março de 2017

“Se fosse presidente, teria demitido a diretoria e limpado a Petrobras”: as frases de Cunha antes de ser preso

Ex-deputado sempre negou que estivesse no esquema de corrupção da petroleira. As provas de sua participação, no entanto, culminaram no pedido de prisão de 15 anos

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha

Propina para apoiar projetos do Governo e não criar dificuldades às empresas interessadas em negociar com o Brasil. Esse era o modus operandi do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, segundo as investigações da Lava Jato, que culminaram na sua condenação anunciada nesta quinta. Ele sempre refutou as acusações de sua participação, atribuindo ao PT a grande responsabilidade. O juiz Sergio Moro decretou a sentença de prisão de 15 anos e quatro meses por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de recursos pelas evidências de que ele também estava na lama. Ele recebeu propina de 1,5 milhão de dólares na operação em que a Petrobras comprou um bloco de petróleo da República de Benin em 2011. Além desta ação penal, ele é réu em outro processo, que investiga  o recebimento de 5 milhões de dólares de propina pela compra de dois navios-sonda pela Petrobras.
Não tenho dúvida que o ano de 2015 vai ser dominado por um processo de depuração da Petrobras, que, aliás, já deveria ter sido feita pela própria presidente da República, até para não deixar dúvidas. Eu se fosse o presidente da República teria demitido todos a diretoria da Petrobras e teria limpado....” (outubro de 2014)
Na minha vida, em todas as eleições que eu participei, de todas as doações que eu recebi, nunca ninguém me apresentou a conta ou me pediu nada antecipadamente. Doaram pela minha posição política, pelas minhas opiniões e por aquilo que eu defendo. E eu acredito que deva ser assim com todos.” (março de 2015)
”É bom deixar claro que a corrupção não está no Poder Legislativo, a corrupção está no Executivo. Se eventualmente alguém no Poder Legislativo se aproveitou da situação para dar suporte politico em troca de benefícios indevidos é porque esses benefícios existiram pela falta de governança do Poder Executivo, que permitiu que a corrupção avançasse.” (março de 2015)
Essa lama em que está envolvida a corrupção da Petrobras, cujos tesoureiros do PT estão presos, eu não vou aceitar estar junto dela”. (julho de 2015)
Esse bando de aloprados é que precisa ser investigado [em referência ao PT].” (julho de 2015)
“Estou sofrendo retaliação política” (maio de 2016, após ser afastado do cargo de presidente da Câmara por denúncias de corrupção, insinuando que seria uma resposta por ter aceito o pedido de impeachment de Dilma)
O Brasil passou e passa por momentos delicados em que as práticas do Governo afastado, além de terem sido repudiadas pela sociedade, obtiveram enfim a punição prevista no nosso ordenamento constitucional” (agosto de 2016, após o Senado confirmar o impeachment de Dilma).
Esperamos que o fim desse processo possa virar uma página negra da história deste País, com o afastamento também das nefastas práticas do Governo afastado” (agosto de 2016)


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