domingo, 19 de março de 2017

" Brasil e a QUADRILHA DE TODOS OS ESCALÕES "

Reembalagem de produtos fora do prazo de validade, substituição de carne por mercadorias mais baratas, como soja e frango, e até injeção de produtos potencialmente cancerígenos para disfarçar o mal estado da comida estão entre as irregularidades descritas na Carne Fraca. Três dos 21 estabelecimentos sob suspeita foram interditados, mas o Governo e o ministro Maggi tem insistido que se trata de um problema pontual _foram afastados 33 servidores da Agricultura num universo de mais de 10 mil_ e que é seguro comer carne.
O embaixador João Cravinho, da UE.
O embaixador João Cravinho, da UE.DIVULGAÇÃO
As autoridades em Brasília não tem disfarçado o desconforto pelo que consideram ser uma espetacularização da PF numa operação que ameaça um comércio bilionário. Além da União Europeia, os EUA também informaram que estão monitorando a situação e pedindo informações ao Ministério da Agricultura. A agência responsável norte-americana tentou tranquilizar os consumidores afirmando que tudo o importado ao mercado doméstico passa por uma reinspeção. Neste sábado, o Planalto informou que o presidente Temer teve uma conversa telefônica, já previamente agendada, com o colega Donald Trump_a segunda desde que o republicano assumiu_, mas a nota não menciona o escândalo. 

Negociações União Europeia-Mercosul

O escândalo atinge a indústria da carne brasileira num momento particularmente ruim, quando o país batalha para conseguir novos mercados para os produtos brasileiros enquanto pautas protecionistas ganham força catapultadas por Trump. A investigação também coincide com o renovado esforço do Governo Temer e Mauricio Macri, da Argentina, de fazer avançar o acordo de livre-comércio Mercosul-União Europeia. Nas negociações que se arrastam por quase uma década, um dos temas pendentes é justamente a inclusão da exportação de carnes do bloco à UE.
Na sexta-feira, uma fonte do Governo brasileiro disse ao jornal Valor Econômicoque a administração teme que a operação da Polícia Federal dê munição ao lobby protecionista dos produtores europeus, que buscam barrar a concorrência de brasileiros e argentinos. "Claro que não vou lhe dizer que (o escândalo) torna o ambiente de negociação mais alegre", afirma o embaixador Cravinho, mas insiste, no entanto, que não é possível avaliar, sem saber a escala do problema, o impacto. "São duas questões inteiramente diferentes. Estamos falando de uma negociação para os próximos 20 anos", afirma ele, que diz esperar que todas as dúvidas sejam sanadas em breve. Mercosul e União Europeia tem uma nova rodada de negociações agendada entre os dias 20 e 24 em Buenos Aires.

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