quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

" Carolina Bahia - RBS BRASÍLIA "

Rito do impeachment

Fachin surpreende Planalto

Em duas horas de leitura do voto, Fachin derrubou um por um os argumentos também defendidos pela Advocacia Geral da União, enquanto parlamentares de oposição saíam saltitantes de dentro do plenário, comemorando vitória


Os governistas se surpreenderam com o voto do ministro Edson Fachin, que não acolheu os pontos levantados pela ação do PC do B sobre o rito do impeachment. A expectativa era que o relator ao menos reconhecesse o poder do Senado em engavetar o processo do impeachment, independentemente da decisão do Senado. Esse ponto é considerado fundamental pelo Planalto, que vinha se preparando para entregar o destino da presidente Dilma nas mãos do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Em duas horas de leitura do voto, Fachin derrubou um por um os argumentostambém defendidos pela Advocacia Geral da União, enquanto parlamentares de oposição saíam saltitantes de dentro do plenário, comemorando vitória. É claro que o relator não é decisivo e ainda faltam os votos dos demais ministros. Os debates, hoje, serão intensos. O jogo, no entanto, começou mal para o governo, a tal ponto que alguns aliados, ontem, já estavam arrependidos da ação do STF.
CUNHA FORA
A Procuradoria Geral da República vem preparando há meses o pedido de afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas faltavam provas complementares. A determinação do Procurador-Geral, Rodrigo Janot, é que a ação só fosse encaminhada quando muito bem fundamentada. Assim, a Justiça poderá fazer o que a Câmara se negou a resolver: o afastamento de um deputado sem condições de presidir a Casa.
EVIDÊNCIAS
Na petição encaminhada pela PGR ao Supremo, um dos pontos levantados é que a empresa de auditoria Kroll — contratada pela CPI da Petrobras, com apoio deCunha — não investigou desvios na Petrobras. Mas teria sido usada para pressionar os delatores da Lava-Jato.
Milagreira
O advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Adams, chegou no STF com um adereço especial na lapela: uma imagem de Nossa Senhora Aparecida:
— É para proteção — esclareceu.
RAPIDINHO
Presidente do STF, o ministro Ricardo Lewandowski, não deve demorar mais de 40 minutos na leitura de seu voto sobre o rito de impeachment. Cerca de 70% do voto deverá apresentar sintonia com a defesa apresentada pela Advocacia Geral da União.

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