sábado, 3 de outubro de 2015

O BRASIL NÃO CORRE O MENOR RISCO DE DAR CERTO

Roberto Campos estava certo, e como é bom ser coerente, sempre penso nisso. Em Porto Alegre, sindicalistas, os oposicionistas de ocasião movidos a mortadela, protestam contra o aumento de ICMS. Observem: essas são as mentes iluminadas que acreditam que dinheiro dá em árvore, brota, se multiplica. São os professores do CPERS, que dão aulas aos seus filhos e que não entendem matemática básica: pro senhor Sartori dar dinheiro, ele precisa ter dinheiro. São ospelegos da CUT, que querem maiores salários para os funcionários públicos apadrinhados, mas ignoram que quem paga por isso são os da iniciativa privada através dos tributos. São os que defendem menos impostos aqui e apoiam a volta da CPMF ali. Acham que o trabalhador já paga muito, mas imagina só abrir mão da contribuição sindical! Fora de cogitação. Querem menos impostos, menos arrecadação, e mais gastos, mais mamatas, mais benefícios. E ai do governo se essa conta não fechar! Ou me melhor, ai — desse — governo se a conta não fechar. Se for da companheirada é normal, é tudo bom, não ouvi falar. Não defendo o aumento de impostos, mas não defendo aumento de impostos em NENHUM governo. Imagina se Sartori propõe privatizar um cantinho pra atender as demandas e pagar salários: “Neoliberal! Entreguista!”, bradariam eles.
Às vezes penso que seria interessante que se tivesse aulas de economia básica nas escolas, para que não se cometesse esse erro colossal de achar que o almoço é grátis. No entanto, quando lembro quem seriam os responsáveis por ensinar economia, desisto da ideia imediatamente.
É realmente interessante como essa militância reage a estímulos. Quando Tarso prometeu pisos salariais todos comemoraram, renegando os avisos de que seria insustentável, de que faltaria dinheiro, ignoraram. Isso porque o cão não morde a mão que o alimenta? Parcialmente, espere até que essa mão pare de alimentar. Ainda assim, é aquela relativização da culpa: quando o ensino público vai à bancarrota em época de governo amigo, as greves são tímidas e a culpa é do governo. Quando é oposição, tomam as ruas em protesto e a culpa não é do governo, mas do governante. Como eu sempre digo, de longe, a maior doutrina que a esquerda prega é a incoerência. Como disse Roberto Campos, o Brasil não corre o menor risco de dar certo.

Autor: João Pedro Machado Vieira Bastos, 18 anos, estudante no curso de graduação em Economia da UFRGS, fundador do Clube Empreendedorismo e Liberdade da UFRGS e coordenador local do 

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