segunda-feira, 26 de outubro de 2015

" Notas sobre ética "

Nelson Jobim( ministro,jurista,aposentado do Supremo Tribunal Federal )

Anthony Ashley sustentou que as distinções morais não se efetuam por meio da razão, mas por um tipo de "sentimento moral".
Francis Hutcheson apresenta o homem como voltado para a benevolência e não para seu interesse pessoal.
Joseph Butler critica essa posição: afirma tratar-se de um mero afeto entre outros, que deve ser adequadamente situado.
Sustenta que benevolência e amor próprio não se opõem, mas podem agir em conjunto, pois, seguindo seus interesses, os homens acabam sendo benevolentes para com o interesse geral.
O maior dos moralistas britânicos é o escocês David Hume (1711-1776).
À diferença dos demais, Hume é ousado, cético e irreligioso.
Fez críticas contra a crença religiosa, a crença em milagres etc.
Escreveu: "A razão é e somente deve ser escrava das paixões, e não pode aspirar a nenhuma outra função a não ser a de servi-la e obedecê-la" (Tratado da Natureza Humana, II, 3, 3).
Kant declara (Prolegomena) que foi Hume quem o acordou de seu "sono dogmático", dando a suas investigações uma direção nova.
Mas em matéria moral, Kant manteve-se longe da moral da "simpatia" de Hume.
No século 19, duas tendências filosóficas criticaram a ética de Kant: Hegel e Marx, de um lado; Schopenhauer e Nietzsche, de outro.
As primeiras criticaram o caráter individual e monológico, salientando os aspectos históricos, sociais e institucionais da ética, esquecidos por Kant ou postos em lugar secundário.
As segundas criticaram o caráter racional e intelectualista, salientando os aspectos pulsionais, instintuais, volitivos e inconscientes, que devem ser levados em conta em qualquer estudo aprofundado do agente moral.
No século 20, assistimos a uma forte corrente do que se chamou "volta a Kant" (Apel, Habermas, Tugendhat, Hare).
Tentam reformular o "imperativo categórico" dentro do contexto de novas aquisições do pensamento, tais como a pragmática universal, o agir comunicativo, a lógica dos imperativos, a lógica deôntica etc.
E a política?
Qual sua ética?
João Carlos Brum Torres examina "de que modo coube ao direito resguardar o vínculo da política" com ética.

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