quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

" Até quando abusarás ? "

Operação Catilinárias Zero Hora
Carolina BAHIA, RBS BRASILIA


Após ofensiva da Lava-Jato, Eduardo Cunha nem sequer foi original na defesa, reclamando de perseguição, como todo político que cai na rede da Justiça


Cada vez mais enrolado e sem legitimidade, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nem sequer foi original na defesa. Acuado, ele ataca e insinua que na origem da ofensiva da Lava-Jato estão o governo e o PT, que o elegeram para desafeto. É verdade que o foco da Catilinárias foi o PMDB, com petardos atingindo algumas de suas principais lideranças. Mas não se pode acusar os investigadores de promoverem ações seletivas.
Há 15 dias, o líder do governo no Senado, o petista Delcídio do Amaral  (MS), foi preso. Nesta semana, foi a vez da denúncia e das revelações do amigo do ex-presidente Lula, José Carlos Bumlai, que confessou o repasse de R$ 12 milhões para o caixa 2 do PT. O fato é que a Lava-Jato funciona em etapas, atingindo dos maiores empresários do país aos políticos mais poderosos, em nome do combate à corrupção.
Cunha reclama de perseguição, como todo político que cai na rede da Justiça. O nome da operação remete a um discurso de Cícero contra um senador conspirador da Roma Antiga: Até quando abusarás da nossa paciência? É a pergunta de Cícero. A resposta, no caso de Cunha, está nas provas recolhidas ontem pela PF.
Foco no PMDB
Tem liderança peemedebista defendendo que Cunha deixe a presidência da Câmara para evitar desgaste ainda maior. Afinal, o partido continua se preparando para assumir o poder. Quanto aos outros envolvidos, são encarados como coadjuvantes.
Agente duplo
O PT está fazendo uma lista dos deputados com cargos no governo e que, em seus Estados, estão fazendo campanha a favor do impeachment. A relação já tem cerca de 20 deputados, com direito a foto em manifestação para provar a infidelidade.
#FICAADICA
Um interlocutor de Renan Calheiros (PMDB-AL) encarou com desconfiança o fato de o ministro Teori Zavascki (STF) não ter autorizado busca e apreensão na residência oficial do Senado: – Ninguém aliviou. Aliados foram atingidos, além do partido em Alagoas. Está mais para recado.
Lotado
O voto do ministro do STF Luiz Edson Fachin sobre o rito do impeachment tem cerca de cem páginas. Oposição e governistas se preparam para acompanhar o julgamento hoje, direto no plenário do SupremO.

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