quinta-feira, 20 de outubro de 2011

por que nos apegamos tanto à vida ?


Segundo o Monge Tibetano,Sogyal Rinpoche
porque nos apegamos tanto è vida,é porque a vemos de uma maneira distorcida.Essa visão é
basicamente fruto de nossa ignorância,a má compreensão do que ela é na realidade,é o resultado dessa falta nossa de visão.Nós nos apegamos à vida porque não reconhecemos que a impermanência faz parte dela... * a impermanência...
Se acreditarmos que a existência e as coisas inerentes a ela são imortais,perenes e imutáveis,nos agarraremos à ilusão de que podemos prendê-las e deixá-las sob nosso controle.Mas,se assumimos profundamente que tudo muda,e que a mudança é o que extamente caracteriza a própria vida,não mais nos apegaremos a ela com tanta força.Compreendendo que tudo muda,compreendemos a vida como ela é,e nos damos conta da falta de sentido que é querer parar o fluxo inconstante e mutável.Se soubéssemos que um banco está falindo,não colocaríamos o dinheiro lá ? Apegar-se á vida é colocar dinheiro num banco falido,e com os dias contados.Com o desprendimento,podemos desenvolver uma tranquilidade inabalável diante das transformações que se apresentam.Nossa autoconfiança se expande incrivelmente,e não temos mais medo das mudanças.Num coração assim sereno,florescem,naturalmente,o amor e a compaixão por todos os seres.



Há algo que é permanente e indestrutível?

Há... a impermanência pode nos revelar muitas verdades.

Mas, ainda há um tesouro final sob sua guarda,que está escondido.



Segundo o Monge Tibetano,Sogyal Rinpoche: , o poeta RILKE disse que " nossos temores mais profundos são como dragões guardando um tesouro precioso.O medo da impermanência desperta em nós a noção de que nada é real.E,quando percebemos que tudo morre e se transforma ,perguntamos o que pode ser realmente verdadeiro ,eterno! ?Nós nos questionamos se há alguma coisa por trás das aparências,algo sem limites e vasto em que a dança da vida ocorre,enfim alguma coisa que sobrevive àquilo a que chamamos ** de morte .Permitindo que essas perguntas nos ocupem com um sentido de urgência,lentamente deixamos que uma profunda mudança ocorra no modo como vemos a vida.


Descobrimos algo que não podemos nomear,não podemos conceituar,que está além de todas as mudanças e mortes do mundo.Dessa forma,os desejos mesquinhos,as frustrações causadas pelo apego se dissolvem,até desaparecerem.É como se estivéssemos a vida toda envoltos em negras nuvens e na turbulência e de repente nos elevássemos acima das nuvens ,no céu aberto,inspirados e estimulados por essa liberdade,por essa paz e essa alegria,que nos enche de encantamento,e que nos dá certeza,de que há algo em nós que nada destrói,que nada altera,e que não pode morrer.Chamamos esse estado de rigpa,ou natureza da mente,uma consciência pura,prístina,e primordial que é ao mesmo tempo inteligente,cognoscente,radiante e sempre desperta.A natureza da mente ,que está além dos pensamentos e das emoções,é nossa essência mais pura.Ela é absolutamente intocada pelas mudanças e pela morte,e está eternamente presente como um céu aberto,luminoso e brilhante.Sob determinadas circunstâncias(na hora da morte e durante a vida,no momento de grandes iniciações como a introdução direta da natureza da mente,que é dada no Dzogchen ,linha do budismo tibetano,ou toda vez que estamos verdadeiramente presentes,então podemos entrar em contato com ela,que é nossa natureza mais profunda,e primordial.A morte pode nos revelar quem realmente somos,se nos prepararmos para ela.Podemos nos integrar a esse estado primordial e prístino e nos livrar para sempre da roda das reencarnações.Por isso a morte é o momento crucial da existência ,um instante de grande abertura e esperança e uma tremenda oportunidade,se entender o que estiver acontecendo.Porque ali,ali pode se revelar o solo supremo do nosso SER ,e o que somos na realidade.


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