quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Cinzas na Comunicação





Cinzas na comunicação

Pela segunda vez neste ano, as cinzas do vulcão chileno Puyehue recobriram o céu do Rio Grande do Sul e interferiram nas operações do aeroporto Salgado Filho, mostrando que à falta de estrutura do terminal, esgotado apenas 10 anos após sua inauguração, somam-se deficiências do ponto de vista gerencial, por parte de companhias aéreas e da própria Infraero.

Na terça-feira, dezenas de voos tiveram de ser cancelados e, num efeito cascata, outros sofreram atrasos. Os problemas se arrastaram ao longo do início da quarta-feira, com novos atrasos e cancelamentos, causando desconforto a centenas de passageiros, muitos dos quais tiveram de pernoitar no Salgado Filho. Filas serpenteavam em frente aos guichês, tumultuando o já exíguo espaço do saguão.

Contra o fenômeno natural, obviamente, não há o que fazer e é louvável a preocupação com a segurança dos voos. Mas, como em outras ocasiões e por outros motivos, os usuários acabam não recebendo um tratamento condizente, num momento em que, mais do que nunca, informação colabora para diminuir o estresse.

Viajando a negócios ou a lazer, as pessoas têm suas rotinas e planos alterados e é evidente que o inesperado gera irritação e mau humor, e funcionários de companhias aéreas precisam estar preparados para enfrentar a situação, munidos de gentileza e informações precisas. A Infraero, por sua vez, tem de se preocupar com o conforto de quem amarga horas de espera.

Com uma capacidade atual de 4,5 milhões de passageiros/ano, o arrastado projeto de ampliação do Salgado Filho prevê um aumento da capacidade para 12 milhões – em 2014, o ano da Copa, a demanda é estimada em 11 milhões.

Um módulo provisório, que deve ficar pronto até o final do ano no segundo andar do terminal, oferecerá uma nova sala de embarque e mais 20 balcões de check-in, o que poderá amenizar as dificuldades em casos como o ocorrido nesta semana. Enquanto isso não acontece, o mínimo que os passageiros merecem é atenção e informação.

[editorial Zero Hora-20 outubro 2011]

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