terça-feira, 1 de março de 2016

" Blindagem é Golpe "

Carolina Bahia - RBS Brasília 

Se a mudança no Ministério da Justiça significar a blindagem do ex-presidente Lula, será um escândalo ainda maior do que a Lava-Jato. A reclamação dos petistas, que contribuiu para o afastamento de José Eduardo Cardozo, beira o absurdo. A crítica é de que ele deixou a Polícia Federal investigar demais e não controlou os vazamentos seletivos.
 A troca neste contexto soa estranha. Não é a própria presidente Dilma Rousseff que defende uma investigação geral? O problema é que as ações chegaram perto demais de Lula. A desconfiança, agora, é de que o novo ministro, Wellington César (procurador de carreira), possa virar um engavetador. Delegados, no entanto, já avisaram que não admitirão interferências.
No final, o que um PT acuado e uma presidente enfraquecida conseguiram foi produzir uma lambança. Isolada, Dilma acomoda Cardozo na Advocacia-Geral da União (AGU) para não perder mais um conselheiro. Quem sai mais robusto é Jaques Wagner, que emplaca um afilhado na Justiça e ganha ares de superministro.
OLHA OS RISCOS
Entre os procuradores ligados à Lava-Jato, há convicção de que não haverá interferência do novo ministro da Justiça nos trabalhos da Polícia Federal. A tentativa de aliviar as investigações relativas ao PT provocaria uma revolução interna, além da desmoralização da instituição.

ESTRANHO NO NINHO
Quem conhece as entranhas da AGU afirma que José Eduardo Cardozo enfrentará muitas dificuldades no comando da instituição. A expectativa interna era de que alguém da carreira assumisse o comando.

NÃO, OBRIGADO
O presidente do Solidariedade no Estado, Claudio Janta, afirmou à coluna que o deputado Sérgio Moraes (PTB) não foi convidado para ingressar na legenda porque não se enquadra no perfil do partido. Lideranças nacionais, inclusive, foram avisadas de que ele e o deputado Giovani Cherini (PDT) não são bem-vindos.

VERSÕES
Relator das contas de Dilma no TCU, o ministro Augusto Nardes refuta a declaração de Luís Inácio Adams sobre o julgamento do caso. Adams disse, em entrevista a Zero Hora, que a análise no tribunal foi política. Nardes se defende, dizendo que contou com o apoio de 40 técnicos de carreira.

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