sábado, 15 de junho de 2013

" Protesto SIM, Violência " Não "

 

Dono de uma banca de jornais e revistas na Rua Vigário José Inácio, pichada pela minoria que tumultua os protestos contra o aumento da passagem de ônibus, Nelci Muttes disse uma frase definitiva para a repórter Geórgia Santos, da Rádio Gaúcha, ontem à tarde:
– As pessoas que se escondem atrás de uma máscara, que cobrem o rosto, não são verdadeiros homens, são uns covardes.
 
 

Vale para os homens e vale para as meninas que também usam toucas ninja nos protestos e depredam patrimônio público e privado: são covardes escondidos atrás de uma máscara. Que tipo de cidadão é esse que, para reivindicar ônibus mais barato, precisa atirar pedras contra portas de banco, depredar carros e destruir contêineres de lixo? A contabilidade preliminar da Brigada Militar indicou pelo menos 70 alvos atingidos pela fúria
dos manifestantes.

Mil vezes é preciso dizer que não são todos. Que a maioria protestou de forma pacífica, exibindo cartazes, cantando ou gritando palavras de ordem. Os adeptos da violência são rebeldes da causa certa com métodos errados. No caso da manifestação de quinta-feira, a violência é ainda mais incompreensível: ocorreu no momento em que a passagem está reduzida por decisão judicial, que o procurador José Túlio Barbosa recomendou a manutenção da liminar e que o Tribunal de Contas reafirmou cálculo segundo o qual o bilhete deveria ficar nos R$ 2,85.

Não é Nelci Muttes quem tem que pagar pela repintura de sua banca: essa conta precisa ser paga por quem patrocinou os atos de vandalismo. A polícia prendeu alguns, o sistema de controle da prefeitura ajudará a identificar outros, e a investigação pode levar aos mascarados que não ousam mostrar o rosto. Não é justo que os atingidos paguem pelos prejuízos ou que a conta caia no colo dos cidadãos, se for repassada para a prefeitura.

 
 
 
 

O que os usuários de ônibus e os vereadores de Porto Alegre precisam é exigir transparência na planilha de custos das empresas de transporte, trabalho que o TCE vem fazendo a partir de uma provocação do Ministério Público de Contas, e pressionar pela licitação, que há anos vem sendo adiada. Isso se faz com o cérebro, não com os pés.
Editora de Política de Zero Hora e colunista responsável pela Página 10, sou uma das apresentadoras do Gaúcha Atualidade, faço um comentário no Jornal TVCOM e, ao longo do dia, distribuo informações e observações nest e blog e no Twitter, pelo perfil @rosaneoliveira.

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