sábado, 15 de junho de 2013

" POPULARIDADE ATINGIDA " -

Editorial|

 


A queda de oito pontos percentuais na popularidade da presidente Dilma Rousseff registrada pela mais recente pesquisa Datafolha em relação ao levantamento anterior, de março, merece análise equilibrada e cuidadosa. Em primeiro lugar, o percentual de 57% de avaliação ótima/boa é consideravelmente alto para um governo que se encaminha para a quadra final. A título de comparação, segundo o mesmo instituto, esse índice era de 11% para José Sarney em novembro de 1997 (aos dois anos e oito meses de mandato), de 15% para Fernando Collor em março de 1992 (aos dois anos de mandato), de 41% para Itamar Franco em dezembro de 1994 (dois anos no cargo), de 39% para Fernando Henrique Cardoso e de 35% para Lula (ambos aos dois anos e seis meses dos respectivos primeiros mandatos).
É preciso, porém, comparar Dilma com ela mesma e não apenas com os antecessores, e, desse ângulo, não se pode eludir o fato de que a presidente atingiu o ponto mais baixo de sua popularidade desde a posse. As razões desse fenômeno já foram sublinhadas até mesmo por ministros: alta dos preços dos alimentos, elevação dos juros, alta do dólar, seca no Nordeste. São esses os fatores reais a afetar a queda na avaliação positiva da presidente, uma vez que constituem preocupações relacionadas à vida do cidadão comum.
O governo tem dois caminhos a adotar diante dos números divulgados pelo Datafolha. O primeiro, equivocado, é qualificar o resultado da pesquisa de "oscilação", como se suas causas já tivessem sido revertidas. O segundo é adotar medidas para reverter o viés inflacionário, detendo gastos públicos e inchaço da máquina administrativa e criando ambiente favorável ao investimento. Espera-se que, em benefício do país, esse último seja o escolhido pela presidente da República e sua equipe.

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