domingo, 5 de maio de 2013

" Ser rico não é apenas sorte " < artigo da Revista Men´s Health >



Apavorado com a crise? Que nada! Seja como o Bill Gates e os sheiks de Dubai. Imite o jeito dos milionários agir e pensar em relação ao dinheiro.


“Regra nº 1: nunca perca dinheiro.
Regra nº 2: nunca esqueça a regra nº 1”
(WARREN BUFFET,
a maior fortuna do mundo [US$ 63 bilhões])

Gostaria de ser milionário? Se pensou para responder, talvez ter muita, muita grana não seja sua praia. Tudo bem. Mas se respondeu “sim” mais rápido do que uma braçada do César Cielo, está no caminho. Pode parecer uma afirmação simplista, mas admitir a intenção de querer enriquecer é o primeiro passo para enriquecer de fato. “Quem não sonha não tem um objetivo para perseguir”, lembra Ricardo Humberto Rocha, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA-USP), autor do livro Como Esticar Seu Dinheiro (Ed. Campus, 160 págs.). É na cabeça que você começa a ser rico – pensando como os ricos. E, depois, agindo como eles em relação à vida financeira.

Com a plena certeza de que ficar rico é mais questão de escolha do que de oportunidade, consultamos especialistas da área financeira – gente que trabalha para que os ricos fiquem ainda mais ricos – para conhecer as posturas que fazem a diferença.

Unanimidade: enriquecer também precisa de um ponto de partida. O consultor Gustavo Cerbasi, autor de Investimentos Inteligentes (Ed. Thomas Nelson Brasil, 272 págs.), de São Paulo, compara o hábito de cuidar do dinheiro com reeducação alimentar: “Em determinado momento decidimos comer de forma mais saudável e passamos a dar mais importância ao que botamos no prato”.Ao mesmo tempo é preciso aposentar a alma de pobre (ou de remediado, chame como quiser). Isso mesmo! Perca a vergonha de gostar da bufunfa! Pela herança católica, os brasileiros têm dificuldade de admitir sua ambição, acreditando que dinheiro é “sujo”. Você acha que para prosperar precisa ralar, se esforçar? Sim, é verdade. Mas não quer dizer que o dinheiro só virá à custa de sofrimento. Querer ganhar dinheiro de modo ilícito ou desonesto merece condenação moral. Mas, se sua motivação for crer que merece sucesso e fortuna, vá em frente sem receios. “Pessoas bem-sucedidas atraem prosperidade porque gostam de dinheiro e não se envergonham de assumir”, diz Álvaro Modernell, especialista financeiro de São Paulo. Então, mãos à obra. Comece a pensar como rico pegando emprestado as lições de prosperidade deles. Em breve poderá ter sua foto na revista Fortune.

Ricos gostam de dinheiro estudam modos de atraí-lo e conservá-lo

Cada vez mais os especialistas consideram fator-chave para alcançar o sucesso financeiro o que chamam de “mente milionária” ou “atitudes de riqueza”. “Prefiro dizer que o grande diferencial é o nível de interesse e educação financeira”, afirma Álvaro Modernell. Comece a acompanhar o noticiário econômico e navegue nas páginas de consultoria em finanças pessoais na internet. Semanalmente faça contas de receitas e despesas e tenha como princípio garantir sempre um extra para aplicar. Se quiser dar um upgrade nos investimentos, lembre-se de que hoje é possível contratar um consultor em finanças do mesmo modo que se contrata um personal trainer para oferecer orientações personalizadas de exercício.

Ricos gostam de trabalhar e não enxergam o trabalho como um fardo

Você levanta todo dia de mau humor por ter de pegar no batente? Os ricos são espertos: juntam prazer e trabalho no mesmo lugar. Buscam uma atividade que seja prazerosa, garantem disposição para acordar de manhã, e por meio dela buscam ampliar ou manter sua riqueza. O bilionário Donald Trump (o topetudo de O Aprendiz original) dedica tempo integral ao trabalho, sete dias por semana, como relata no livro Como Ficar Rico (Ed. Campus, 240 págs.). Ele, porém, é o que se pode chamar de ponto fora da curva. “Negócios são minha forma de arte. Algumas pessoas pintam telas maravilhosas ou compõem poesias magníficas. Eu gosto de fazer negócios. De preferência, grandes negócios”, relata. Quer inspiração melhor? Pule da cama e abrace seu ganha-pão (ou ganha-caviar).

Ricos não arriscam dinheiro; eles não acreditam em "correntes" ou "pirâmides"

Os donos da grana não botam fé em conto da pirâmide ou em retorno fácil de investimentos. O mercado oferece produtos financeiros de perfil arriscado, que podem gerar bom lucro, mas só são recomendados para o capital extra, que não compromete seu padrão de vida. Os ricos se cercam de informações para investir de modo seguro (ainda que, com a crise, estejam mais agressivos ou mais reticentes). “Quanto maior o conhecimento, maior o domínio das situações. Os milionários especulam, mas só tomam decisões depois de muita re flexão. Já os não ricos dão ouvidos a dicas”, afirma Gustavo Cerbasi. Hoje, é preciso cuidado em dobro com investimentos incertos (ainda mais no Brasil, onde o dólar mais subiu em comparação a outros países e o mercado de ações tem flutuado absurdamente). Nunca coloque em risco mais que 10% do seu patrimônio.


“Pare de tentar equilibrar trabalho e prazer.
Em vez disso, torne o trabalho mais prazeroso”
(DONALD TRUMP,
empresário, dono de US$ 3 bilhões)

Ricos não queimam notas de dolar: sempre que podem, poupam

Se você pensar nos milionários do ranking da revista Fortune, saiba que o primeiro passo que todos deram (ou seus pais ou avós) para alcançar uma situação privilegiada foi começar a economizar. “Faça de poupar um hábito”, ensina Cerbasi. “Para algumas pessoas, porém, guardar dinheiro pode ser tão difícil quanto começar a fazer ginástica ou parar de comer fast food”, reconhece o professor Ricardo Rocha. Quem quer enriquecer tem de começar a usar pequenas artimanhas para não deixar o dinheiro escorrer entre os dedos. Parte dele tem de ser investido para que comece a render. Ah, você não tem nada sobrando? O jeito é buscar alternativas. E é aí que entra a disciplina dos ricos – para estudar formas de aplicar religiosamente um capital todo mês pensando no seu futuro milionário. Você vai cortar alguns gastos, ajustar hábitos (como almoçar menos fora de casa) ou buscar um meio de aumentar seus rendimentos. “Comece analisando suas habilidades para saber quais podem ser aprimoradas, para depois capitalizá-las”, recomenda Ricardo Rocha. Por exemplo, se você trabalha contratado por uma empresa, pode fazer trabalhos freelancers depois do expediente ou nos fins de semana. Os recursos vindos da atividade extra entram na sua conta bancária a título de sementes da sua fortuna. Não pense que será fácil, pois de fato não será. “Existe uma fase infeliz dos investimentos: o começo. Se você pensar que um investimento conservador rende de 1 a 2% ao mês e a quantia investida for pouca, vai ter a sensação de que o ganho é pequeno para compensar o que deixou de fazer para economizar”, observa Cerbasi. É por isso, diz, que as pessoas acabam desistindo de guardar dinheiro. A determinação, porém, é um diferencial dos espíritos propensos à riqueza. “O segredo é ter paciência e consciência”, avisa o consultor.

Ricos não são consumistas: só compram o que lhes proporciona real prazer

Você sempre ouve que existe uma fila para comprar um relógio de grife de 100 mil reais ou uma pasta de couro de 20 mil. Mas olhar apenas o lado sofisticado da vida dos ricos – compras de luxo, hospedagens em hotéis seis estrelas – é o mesmo que assistir aos 15 minutos finais de um filme sem entender a história. Os ricos de verdade – excluindo aqui aventureiros que ganham dinheiro com a mesma facilidade com que perdem – valorizam seus ganhos e sabem que ter dinheiro não é somente gastar dinheiro. Na verdade nem ligam tanto para supérfluos, como grifes ou lugares da moda. O que é bom nem sempre sai caro, mas ostentar, sim, fatalmente sai caro. Ricos sabem diferenciar. Quando compram algo muito caro estão satisfazendo desejos – todo mundo tem, em maior ou menor grau, e satisfazê-los é absolutamente legítimo. Entretanto, jamais calculam mal a despesa a ponto de terminar o mês no vermelho. Gustavo Cerbasi lembra que a visão financeira muda depois que se rompe a linha dos 100 mil reais: quem consegue juntar esse capital já sabe estipular prioridades. Comece fazendo contas simples: um carro zero quilômetro perde 20% do seu valor ao sair da concessionária. Ao optar por um seminovo, com seis meses ou um ano de uso, você poupa esses 20%. Valem truques para driblar os impulsos consumistas. “Se você tiver uma sobra mensal, em vez de encará-la como extra e gastá-la em bobagens, aplique como se o dinheiro não fosse seu”, aconselha Marcos Crivelaro, autor do livro Como Sair do Vermelho e Se Tornar Um Investidor de Sucesso (Ed. Porto de Idéias, 96 págs.). Ele pertence a seu “eu” milionário em construção.

Ricos pagam menos impostos; direcionam custos pessoais para as empresas

Embora o imposto de renda no Brasil seja descontado do holerite, há outros impostos indiretos que pagamos sem perceber. Quem está 100% antenado na proteção de seu patrimônio procura pagar menos tributos. “Ricos são bem informados. Sabem, por exemplo, que quem investe 20 mil reais em ações fica isento de imposto de renda. O desavisado investe em fundos e paga até 15% de impostos”, conta Gustavo Cerbasi. Pode-se também abrir uma empresa e direcionar a ela gastos pessoais como combustível e restaurantes (eles reduzem os lucros da empresa e, em consequência, os impostos). Consulte um contador e avalie prós e contras de abrir sua microempresa.

Ricos fazem a grana trabalhar para eles e não trabalham só por dinheiro

Os caras que nadam na bufunfa criam o que os analistas chamam de “círculo virtuoso do enriquecimento”, diz Carlos von Sohsten, autor do livro Como Cuidar Bem do Seu Dinheiro (Ed. Qualitymark, 256 págs.): “Eles ganham dinheiro e o aplicam para crescer. Quando o dinheiro aplicado cresce, aplicam novamente”. Para eles, é como se houvesse uma torneirinha enchendo uma caixa de água. “Os não ricos abrem a torneira no fim do mês, quando recebem o salário. E secam a água da caixa antes de receber o próximo salário”, compara o consultor. Os ricos nunca deixam a torneirinha parar de encher a caixa d´água. E o mais incrível: ela sempre aumenta de tamanho. Isso é prosperidade! Os ricos de verdade garantem que a energia propulsora de grandes empreitadas nunca é o dinheiro em si: ele é consequência. “Faço negócios o dia inteiro e ainda não ajo assim por dinheiro”, garante Donald Trump no livro Como Ficar Rico.

Ricos ganham dinheiro em casa e, sempre que podem, delegam

Embora o bilionário Donald Trump diga que trabalha sete dias por semana, vale saber que o trabalho ao qual se refere é menos braçal e mais intuitivo. “Ganha-se muito mais dinheiro com ‘inspiração’ do que com ‘transpiração’”, diz Álvaro Modernell. Pessoas que se dedicam a pensar, a planejar e prever resultados obtêm muito mais retorno do que aqueles que se preocupam apenas com o dia-a-dia, trabalham para pagar as contas e não olham para o futuro. “Os ricos vão atrás de bons profissionais que possam liderar sem a presença deles. A pessoa que trabalha muito sem precisar e não consegue delegar é escrava de si mesma. Ela se fecha para oportunidades”, completa Gustavo Cerbasi.

Ricos querem ficar ainda mais ricos; eles nunca dizem: "Chega o que já tenho!"

Faz parte do jogo, não? Quanto mais temos, mais queremos. Se você conquistar 100 mil reais, e depois chegar à casa do milhão, certamente saberá de cor todas as lições para chegar lá. Mas novos desafios sempre estimulam o ser humano. E no mais, como diz o personagem “pai rico”, do livro O Guia do Pai Rico, de Robert Kiyosaki e Sharon Lechter (Ed. Campus, 456 págs.), o primeiro milhão é sempre o mais difícil. Depois, é só correr para o abraço. Ou para a limusine.


Se você fizer algo que tenha ido muito bem,
então faça algo que seja espetacular”
(STEVE JOBS,
dono da Aplle, fortuna de US$ 5,4 bilhões)

Nenhum comentário:

Postar um comentário