segunda-feira, 24 de outubro de 2016

" Programa de Gerenciamento de Riscos "

PGR se inspira em pensadores para abrir denúncias da Lava Jato

Foto: Equipe Paraná Portal
Foto: Equipe Paraná Portal
Rafael Neves, do Metro Jornal Curitiba
Preso na semana passada, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tem algo em comum com o dramaturgo William Shakespeare, o teólogo Martinho Lutero e o escritor Millôr Fernandes. Além de outras figuras históricas, todos já tiveram frases usadas nas aberturas de denúncias contra políticos na operação Lava Jato.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou até o momento 15 acusações contra senadores. deputados e ex-parlamentares. Quase todos os documentos começam com uma frase que, em alguns casos, tem relação aparente com o caso investigado.
“O que me preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem ética. O que me preocupa é o silêncio dos bons”, disse o ativista Martin Luther King durante um de seus discursos pela igualdade racial nos EUA. A frase foi reaproveitada pela PGR, mais de meio século depois, para abrir a denúncia contra o senador Fernando Collor (PTC-AL), acusado de receber quase RS 30 milhões em propinas de contratos da BR Distribuidora.
Quatro denúncias estão em sigilo, e uma delas, contra o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), não tem frase. Entre as 10 restantes. há citações a escritores, como o russo Liev Tolstói e o brasileiro Graciliano Ramos, lideres populares como Mahatma Gandhi e filósofos como Montesquieu.
Procurada, a PGR se limitou a dizer que o procurador-geral da Republica, Rodrigo Janot, é assessorado por uma equipe de procuradores para redigir as denúncias, mas não deu detalhes de como as frases são escolhidas.
A citação que abre a acusação contra o deputado Vander Loubet (PT), por exemplo, é: A sociedade não é mais do que o desenvolvimento da família se o homem sai da família corrupto, corrupto estará para a sociedade”, do sacerdote francês Henri Lacordaire. Uma possível explicação é que uma das denunciadas é a mulher do petista, Roseli da Cruz Loubet.
E por que Eduardo Cunha tem algo em comum com estes pensadores? Uma das denúncias que sofreu começa com uma frase dele próprio: “O povo merece respeito”. Era o bordão que ele usava em um programa de rádio evangélico no Rio de janeiro.

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