sexta-feira, 2 de setembro de 2016

" Agenda decisiva exige união na base "

Resultado de imagem para Senado federal golpe imagens
Compactuou com o golpe,rasgando a constituição Federal.... Golpe aplicado ao contribuinte,ao cidadão de BEM ... mantendo a Dilma com Direitos 

 EDITORIAL O GLOBO

       O Globo - 02/09

Manobra para livrar Dilma da inabilitação a cargos públicos cria fissura entre PSDB e PMDB, no dia da posse de Temer, e, se a crise não for contida, impedirá as reformas

Não haveria mesmo por que o presidente Michel Temer usufruir a trégua que costuma acompanhar as primeiras semanas de novo governante. Afinal, cumpriu um período de 112 dias de interinidade. 



Deveria mesmo é tomar posse no cargo de forma definitiva e manter o ritmo de trabalho, pois não faltam problemas, à margem da guerra política que o lulopetismo promete fazer contra ele.

 Mas não se esperava que logo na sessão final da votação do impeachment surgiria um princípio de rusga entre tucanos e o Planalto, em torno da “pedalada” que, pelo menos por enquanto, livrou Dilma da inabilitação para cargos públicos, contra claro dispositivo constitucional acerca do alcance do impeachment.

Esta é uma história ainda a ser revelada por inteiro, em que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), seus liderados no PMDB, o PT, com a ajuda do ministro do Supremo Ricardo Lewandowski, atuaram para que o impeachment de Dilma fosse pela metade, o que tornou em parte impune a presidente afastada. Razão tem Collor de Mello de se considerar injustiçado, ao também perder os direitos políticos, na sua cassação, em 92. Restou a dúvida se Temer atuou na manobra. 

Ele nega. Temer, PSDB, PMDB e demais aliados precisam é se manter unidos. A base do governo tem de ficar coesa para enfrentar a desafiadora, urgente e crucial pauta de reformas: o teto para os gastos públicos, a Previdência, a legislação trabalhista e medidas decorrentes.

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) chegou a entregar o cargo de líder do governo, recusado por Temer. Não é mesmo hora para isto, embora PSDB e DEM tenham razão em ser firmes no ajuste fiscal. Não faz mesmo sentido elevar agora o teto das remunerações do funcionalismo por meio de um aumento dos ministros do Supremo. O efeito cascata sobre toda a máquina pública, também estadual e municipal, será absurdo e contraditório com a crise fiscal.

Temer, que já não teria mesmo a clássica trégua de início de mandato, agora precisará agir de forma rápida e firme, com as lideranças responsáveis da base parlamentar, a fim de evitar fissuras diante de votações cruciais de reformas. Sem elas não haverá governo, e o futuro do país voltará a ficar incerto, com todos os desdobramentos negativos para a economia e, por consequência, a sociedade, decorrentes da súbita perda de confiança na gestão Temer.

Resultado de imagem para Senado federal golpe imagens

Há alguns sinais de melhorias em indicadores, reflexo de expectativas positivas criadas pela possibilidade de impeachment de Dilma e sua substituição por Temer. Entre as informações liberadas na divulgação do PIB do segundo trimestre, há alguma recuperação nos investimentos e no setor industrial, por exemplo. Mas tudo retrocederá se, com urgência, o Planalto não enviar ao Congresso os projetos das reformas necessárias e, mais do que isso, demonstrar que a base responsável por dar os votos para o impedimento de Dilma conseguirá o mesmo na aprovação dos projetos.
Resultado de imagem para Senado federal golpe imagens


Emendas constitucionais, como a da criação do teto para os gastos, essencial a fim de permitir a recuperação da economia, requerem três quintos dos votos das duas Casas do Congresso (60%), e em dois turnos. Não é tão amplo quanto o necessário para o impeachment (dois terços ou 67%), mas da mesma grandeza. É imperioso que divergências fiquem em segundo plano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário