quinta-feira, 26 de maio de 2016

" O Vale tudo da política "

Editorial

Editorial Zero Hora


Nos casos mais recentes, desperta repulsa o papel de traidor exercido por quem grava deslealmente outros políticos com o propósito de delatá-los para auferir benefícios e penas mais brandas. 
Mas diferentemente do episódio que derrubou o ministro do Planejamento, pego defendendo um pacto para deter a Lava-Jato, o grampo do presidente do Senado é menos comprometedor. As objeções do senador à delação extraída de prisioneiros já motivaram inclusive projeto de lei de um parlamentar petista, protocolado na Câmara.
O que fica explícito e preocupa no teor das gravações divulgadas agora é a degradação moral dos ocupantes de posições importantes na estrutura partidária do país. É o que se constata quando o ex-dirigente da subsidiária da Petrobras adverte que, diante de delações como a da Odebrecht, "não escapa ninguém de nenhum partido".
O mais revoltante é que juízes e procuradores dedicados a moralizar o país são vistos pelos investigados como inimigos, como figuras nocivas para a classe política.
Da mesma forma, são criticados proprietários de veículos de comunicação que se negam a interferir no noticiário. Ora, trata-se de uma deformação da democracia e da representação parlamentar. Os políticos envolvidos em corrupção, que tentam manter esse modelo viciado e degradado, definitivamente não representam os brasileiros que querem viver num país digno.

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