quinta-feira, 14 de abril de 2016

" Virando a página vermelha da nossa história "

Marcel Van Hattem < Cientista político e deputado estadual PP >

Para qualquer cidadão, é hoje um peso ser filiado a um partido. 
O pagador de impostos não se sente representado por nenhuma sigla. Vê a todas como máfias organizadas para sugar o dinheiro público, e que, em geral, aproveitam-se de instituições, sindicatos e cargos de confiança para se locupletarem. 
Mas o paradoxo brasileiro é que, para mudar esse quadro, não tem jeito: a filiação partidária para participar da política é exigência legal.
Em 2003 filiei-me ao PP, a fim de fazer a minha parte. Elegi-me vereador em Dois Irmãos em 2004 e, após idas e vindas na política, em 2015 assumi como deputado. Escolhi meu partido por afinidade de ideário, pela defesa das liberdades individuais, da democracia, do Estado de direito.

 Contudo, a despeito da coerência do PP-RS com tais valores e dos muitos deputados e senadores de valor, em geral, o partido tem se mostrado apenas mais um dentre tantos (ou todos!) que negociaram sua história em troca de poder político, verbas e cargos.
A devassidão é generalizada: do constrangedor mensalão à Lava-Jato, as cúpulas partidárias em geral só querem saber de troca de favores com o governo do PT. Mas não é hora de desistirmos. 

Ao contrário: as pessoas de valor de cada partido devem pressionar parlamentares, governantes e dirigentes para que acabem de uma vez por todas com o toma-lá-dá-cá político — um antigo vírus brasileiro, que se tornou uma pandemia nos governos de Lula e Dilma.
A política é um reflexo direto da sociedade. No Brasil, a situação é esta: apenas uma minoria ainda apoia o governo Dilma. Mesmo assim, o petismo segue insensível aos apelos populares. Na política partidária não é diferente: a maioria dos filiados querem resolver os problemas do país, mas os núcleos de poder querem fazer parte do problema. 
O que temos de fazer é não nos calar; é tirar o poder de quem se aproveita dele e entregá-lo a quem aceita que sua função é servir, não ser servido. 
Como filiado ao PP, reitero o que sempre defendi: o partido fez certo em deixar o governo em que jamais deveria ter entrado e resgatar suas bandeiras históricas, votando pelo impeachment de Dilma e virando essa página negra — ou vermelha! — de sua história e do Brasil.

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