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PORTO ALEGRE
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APROVADA POR VEREADORES, lei que proíbe recipientes com sal na mesa de estabelecimentos divide opiniões
Comer fora em Porto Alegre vai ficar menos salgado. Não, os preços não baixaram. É que, na última segunda-feira, a Câmara de Vereadores aprovou um projeto de lei que prevê restrições ao uso do sal na alimentação. Se o prefeito José Fortunati sancioná-la, bares e restaurantes passarão a ser proibidos de colocar saleiros ou envelopes com o produto nas mesas dos estabelecimentos.
Trata-se de uma emenda da vereadora Sofia Cavedon (PT) a um projeto do vereador Delegado Cleiton (PDT), que cria o Programa Menos Sal, Mais Saúde e a semana de mesmo nome. Pela emenda, bares, restaurantes, cantinas de escolas, hospitais e centros de saúde ficam proibidos de deixar nas mesas recipientes com sal. A parlamentar, criadora de outros projetos de lei referentes a alimentação e saúde, afirma que aproveitou o texto do colega pedetista para tornar pública a preocupação com os problemas que envolvem o excesso de sal.
– Estou convicta de que o tema da saúde pública não se resolve se não tivermos uma reeducação para uma saúde adequada e se não houver a conscientização da população. Alimentos com excesso de sal, açúcar e gordura são nocivos – argumenta.
Sofia define a proposta mais como uma ação educativa do que punitiva – o texto não prevê multa para os estabelecimentos que descumprirem a nova regra. Consumidores que desejarem o saleiro poderão solicitá-lo aos garçons.
A medida não é pioneira. Em 2011, o governo da província de Buenos Aires, na Argentina, tomou decisão semelhante como parte de um programa de combate à hipertensão arterial. Em 2014, o governo da província de Montevidéu, no Uruguai, restringiu não apenas o uso do sal, mas também da maionese nas mesas dos restaurantes.
ENTIDADES DIVERGEM QUANTO À PROPOSTA
A nutricionista funcional Renata Gabbardo acredita que a lei deva contribuir para a redução no consumo de sal, relacionado a doenças como hipertensão, problemas cardíacos e dos rins. Segundo Renata, o consumo diário do produto indicado para um adulto é entre 2,5 e 4 gramas, o que corresponde a dois e meio ou quatro sachês.
– O sal fornece sabor. Quando tu tens ele disponível, acabas acrescentando mais. Mas em um restaurante, se não tiver, tu não vais levantar para pegar – opina a nutricionista.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Estado (Abrasel-RS) considera a ação positiva. A diretora- executiva da entidade, Thaís Kapp, diz que, em conversa preliminar, os empresários do ramo se demonstraram favoráveis. Mas ressalta alguns aspectos que podem gerar problemas até a adaptação completa do sistema:
– Apoiamos no que diz respeito à saúde. Mas vai gerar alguns transtornos de logística no começo. Em um bufê, isso implica ter alguém para levar e tirar o produto da mesa do cliente.
Já o presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky, contesta o projeto:
– O assunto envolve educação, não imposição. Se tivéssemos trabalhado juntos, teríamos construído uma lei que, através de um processo educativo, viesse a esclarecer os malefícios do sal.
Chmelnitsky afirma que Sofia Cavedon desmarcou uma reunião que teriam na semana passada. Ela alega que o adiamento ocorreu em função de um outro compromisso e que uma nova data deve ser agendada em breve.
camila.kosachenco@zerohora.com.br
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