segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

" A Grande Política "

Artigos Zero Hora

Falamos já da necessidade da hora da grande política.<Nelson Jobim,jurista,ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal >
A nação cansou da
s trocas, que é a característica atual do nosso presidencialismo de coalizão.
Em um país pluripartidário, com voto universal, é inviável a eleição de hegemonias políticas.
             A sociedade não é hegemônica.
São grupos ideológicos, grupos de interesses, organizados ou não, facções, correntes, enfim uma miríade de posições/interesses que permeiam o nosso Estado federal.
Os Estados têm suas peculiaridades específicas e necessidades imediatas.
Hoje, além do governo federal, todos os Estados brasileiros passam por grande ou média crise fiscal.
A crise econômica atinge a produção, que reduz a arrecadação tributária.
Provoca o desemprego, que atinge o varejo.
Lojas vão se fechando nas cidades e agravam o desemprego.
A receita diminui e a despesa se mantém estável ou, mesmo, tem aumento vegetativo.
Logo a relação receita/despesa se agrava.
Começam os Estados a atrasar ou deixar de pagar a sua folha de funcionários.
A dívida pública aumenta.
O governo federal propôs um ajuste fiscal sobre a parte discricionária do orçamento, com a elevação de tributos.
A parcela não discricionária do orçamento está em torno de 90%.
Ora, se não se quer, por motivos corporativos e eleitorais, enfrentar a redução da parte engessada do orçamento (não discricionária), resta a parte discricionária, onde estão os investimentos.
Não se querendo enfrentar as despesas engessadas (folha, previdência etc.) e reduzir investimentos e outros programas, resta a elevação de tributos.
Surgem, assim, acenos ao retorno da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras) que, no início foi anunciada pelo ministro Levy e negada pela presidente.
Também, o aumento de outras contribuições.
A lei de repatriação de capitais, muito discutida, aguarda regulamentação.
Os Estados, por suas vez, passam a pretender se utilizar do ICMS no comércio eletrônico.
Criam um cipoal burocrático que inviabiliza o setor.
O STF, por liminar do ministro Tofolli, paralisou a exigência dos Estados.
A confiança despenca e o crescimento vai para trás.
Ninguém confia nesse vai e volta.
Deveríamos confiar ou é exigível a grande política?
Mas, com quem?

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