domingo, 3 de junho de 2012

Viajar traz consigo a sublimação de nossas fronteiras

Pregrinar ,transcender a própria existência
Viajar traz consigo a sublimação de nossas fronteiras imaginárias.Ao pisarmos em solo estrangeiro ,é a fé,no diferente,no destino e no mundo que nos move.Guardamos em nossa memória pretérita ,fatos,e emoções passadas,momentos que nos inspiraram e guiaram.Preparar a bagagem e o espírito para o diferente,é rascunhar um prefácio dessa história de buscas.Afinal,a vida exprime nossa vocação natural em buscar a felicidade e a transcendência.
Aprendi desde cedo a confiar na natureza e a compreender que, por mais divergente que algo pareça inicialmente,haverá uma conexão inevitável entre os homens.
Hinduístas,budistas,judeus,católicos,tribos politeístas africanas e seguidores de Alá - são tantos grupos ,e tantos rituais que se unem em um mosaico formado por pessoas de todas as convicções,religiosas ou não,e que vêem na fé um veículo que propulsiona a determinação para viver.
Cresci acreditando em anjos e em santos,e ao longo do percurso vi que não immporta a manifestação,ou cultura,todos queremos celebrar a vida.Inesquecível a alegria purificante das festividades organizadas pela família libanesa de minha vizinha Rhani,dançando descalços e abraçados em ciranda.
Os olhos emocionados de monges e gerações de budistas concentrados na cerimônia de Ladakh, o lado tibetano da India,são votos de fé a disseminar as orações pela iluminação do mundo.A voz dos cânticos de um devoto muçulmano ecoa modulada da torre da mesquita e me desperta do sono para ser testemunho da fé,enquanto milhares de fiéis marcham com destino a Meca.Reconheci o brilho da fé inabalável nos olhos de um " baba ",um mentor espiritual hinduísta que havia percorrido a Ásia de bicicleta até encontrar a paz meditativa no moento Kailash,no Himalaia.
A verdade revela-se ao longo caminho dos peregrinos,da mesma forma intraduzível ,com destino ao Muro das Lamentações em Jerusalém,em Santiago de Compostela ou na celebração á margens do rio Ganges,em Varanasi.
A expressividade pulsante das danças africanas ensinadas através de gerações exorcizam o mal que assola o mundo dos homens,com as bênçãos de seus deuses ancestrais.Na fé sem fronteiras,o homem transcende sua própria existência,abrindo-se para o infinito mistério da vida.

Texto de Aline Sturmer

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