"Esta é a pintura que eu costumo usar na
introdução de minha fala sobre cosmologia. Eu gosto de usar 'O Juízo Final'
(Das letzte Gericht), de Hieronymus Bosch, para ilustrar os meus sentimentos sobre o
modelo cosmológico padrão.
A parte de cima da pintura representa a
cosmologia da concordância. Claramente, mostra um cosmólogo eminente, cercado
por pesquisadores de pós-doutorado. Tudo parece estar em harmonia celestial e
tomado por um brilho radiante de autossatisfação. As trombetas representam as
várias formas de cobertura exagerada da imprensa.
Mas, se você insistir em olhar a cena toda,
sob uma perspectiva adequada, vai perceber que há uma enorme quantidade de
coisas acontecendo lá embaixo, que não são tão agradáveis nem fáceis de
interpretar. Nessa parte de baixo, há inúmeros infelizes em condições miseráveis
e sofrendo tormentos inimagináveis, os quais, obviamente, são os estudantes de
pós-graduação. Quanto à grande faca, visível no canto inferior direito,
simboliza perfeitamente a ameaça dos cortes orçamentários.
E o ponto principal desse modelo da
cosmologia da concordância baseia-se em um fundamento bastante estranho: ninguém
entende o que a matéria e a energia escuras são, por exemplo..."
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