quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Luto ensina que as pessoas que morrem fazem parte


da nossa vida para sempre
CLÁUDIA COLLUCCIDE
SÃO PAULO

Aceitar e elaborar o luto. Essa é a difícil tarefa que familiares e amigos dos jovens mortos em Santa Maria terão pela frente a partir de agora.
Estudiosos do assunto consideram difícil precisar a duração "normal" para o luto. Em geral, o processo pode levar de um a três anos.

Há pelo menos quatro etapas a serem percorridas: aceitar a realidade da perda, elaborar a dor da perda, ajustar-se a um ambiente onde está faltando a pessoa que morreu e, finalmente, continuar vivendo sem a pessoa amada.

Para um dos maiores especialistas em luto, o psiquiatra inglês Colin Murray Parkes, o luto é o preço que se paga pelo amor, por uma vida feliz. É assim que ele impulsiona seus pacientes a não esquecer o ente querido que morreu, mas seguir com a boa lembrança.

Segundo Parkes, uma das coisas que o luto ensina é que as pessoas que amamos nunca perdemos. Elas são parte da nossa vida para sempre.

O problema é que, no primeiro momento em que se perde alguém, sente-se que todas as coisas boas que vieram com essa pessoa se perderam também.

Só quando a pessoa para de tentar recuperar é que percebe que nunca perdeu, diz o psiquiatra na obra "Luto, Estudos sobre a Perda na Vida Adulta" (editora Summus).

O luto por um filho jovem é tido como um dos mais complicados, que pode demorar décadas para ser elaborado.


Atualmente, até eventos cardíacos estão associados a lutos mal elaborados. Nessas situações, há uma liberação excessiva de hormônios relacionados ao estresse, como a adrenalina e a cortisona, que provocam fraqueza do músculo cardíaco.

Por isso, recomenda-se que os sistemas de saúde tenham planos de emergência que ofereçam suporte psicológico às vítimas de tragédias.

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